Psychopathy as a developmental brain disorder
historical and modern concepts and review on biological evidence
Resumo
A psicopatia é uma condição que tem intrigado a humanidade há séculos. Seria uma simples questão de falta de moralidade, desvio de caráter e de maldade? Muitos autores importantes discorreram a respeito, como Pritchard, Schneider, Cleckley e Hare, desde o século XIX. O conceito evoluiu, as ferramentas diagnósticas, e os mecanismos biológicos subjacentes. A ciência passa a entender estas pessoas como portadoras de múltiplas disfunções cerebrais, marcadamente no sistema límbico, que justificam seus comportamentos desviados.
Destacamos a hipofunção da amígdala, que é responsável pela detecção de medo e tristeza, pelo condicionamento frente a estímulos aversivos, expressão do medo, e leitura ou previsão do comportamento alheio. Estruturas conectadas à amígdala, como o córtex prefrontal medial, cíngulo anterior e lobo temporal não são menos importantes na gênese da condição.
Neste artigo, exploramos os aspectos biológicos (neuroimagem funcional e estrutural, genética e função neuronal intrínseca) por trás desta grave condição, que se inicia na infância e segue por toda a vida, causando imensos prejuízos à sociedade.